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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

É tempo de confiança!

Estamos perante as eleições deste ano e, como se tornou rotineiro, seria a altura de fazer o meu habitual apelo à participação, “vá votar, nem que seja nos extra-parlamentares”, creio que os leitores já estão familiarizados com os argumentos que reciclo a cara ciclo eleitoral, o apelo à cidadania, ao interesse pelo destino do país, à responsabilização do cidadão eleitor pelos governos que escolhe (ou se recusa a escolher) para decidirem o nosso modo de vida. Para quem “não liga” à política podia relembrar outra vez que tudo é política, desde a água que nos chega pela torneira até ao pão do pequeno-almoço e os ingredientes que constam da margarina que lá metemos: em tudo houve ‘a priori’ uma decisão política algures.

Mas vou fazer algo diferente, partilhando da visão de que o voto é secreto mas não é segredo, assumo desde já que no dia quatro de Outubro vou votar no Partido Socialista, que considero as sondagens que têm vindo a público uma farsa ou uma manifestação de loucura colectiva, ou será que a destruição da minha qualidade de vida e de todos os meus conhecidos foi localizada? O governo concentrou-se em destruir o bem-estar e a qualidade de vida só das pessoas que eu conheço? O resto do país está bem gerido e é tudo um mar de rosas sem picos? Só a mim me calhou a fava e o peso de testemunhar em primeira mão a miséria daquela minoria, que deve viver toda nas zonas onde me desloco, que foi afectada por escolhas ideológicas insanas e anti-públicas?

Serei o único a recordar que este governo de direita da destruição nacional além de ter privatizado selvaticamente com o mero intuito ideológico de partir a espinha aos poucos sindicatos que ainda se mexiam foi também ao extremo de deixou falecer uns quantos eleitores com doenças tratáveis para negociar mais vantajosamente o preço da comparticipação pública da cura? Para poupar um valor que seria inócuo em contas de Estado este governo deixou morrer pessoas, mas para entregar de mão beijada 3,9 MIL milhões a um banco falido que continua falido e atirar o défice para o valor de 2011, ano em que foi eleito, aí já está tudo bem? Mais que um voto no Partido Socialista, os eleitores têm que ir votar contra o fanatismo neo-liberal da coligação, contra as suas mentiras, contra o ódio que nutre contra os portugueses, contra a morte, a miséria e o desespero que nos trouxeram. Dia 4 voto PS, e não me envergonho!

Flávio Gonçalves
(director da "Libertária" e colunista do semanário "O Diabo")